Três premissas para desenvolver uma boa estratégia de impacto
setembro 18, 2023
Após conversar com diversas organizações, empresas de impacto e representantes de negócios que muitas vezes, não são voltados para Impactos Sociais, nos deparamos com o questionamento de quais são as premissas necessárias para o desenvolvimento de projetos de impacto social.
Pensando nesses questionamentos, separamos três – de muitas- premissas nas quais consideramos cruciais para iniciar uma atuação social. Aqui na Purpose, as consideramos fundamentais para criar uma estratégia de geração de impacto positivo coerente e que aumente as chances de gerar transformação real.
As premissas são o ponto de partida para dar origem a ideias, projetos e programas. Para nós, algumas delas são inegociáveis.
A primeira premissa é ouvir a voz dos mais afetados. Muita gente que pensa soluções para os problemas socioambientais que enfrentamos hoje não são as pessoas mais afetadas por esses problemas. Essa é uma premissa que traz para o centro a visão e a realidade a partir dos olhos de quem mais sofre. Essa premissa nos provoca a sair da frente da tela do computador e largar nossas pré-concepções sobre a realidade e ir entender o problema como ele é de verdade. Esse trabalho de escuta é fundamental, leva tempo e precisa ser conduzido de maneira muito sensível e atenta.
A segunda premissa é o buscar pelas evidências que sustentam a Teoria de Mudança. Uma teoria de mudança é um mapa que os caminhos lógicos que um projeto ou organização enxerga para gerar a mudança que deseja. Toda organização que busca gerar impacto precisa ter uma. Para criar ela é preciso de tempo, consistência e pensamento crítico. A questão é que muitas vezes, a Teoria de Mudança é feita de maneira romantizada. Mais do que botar no PPT uma frase bonita para a Teoria de Mudança, devemos buscar as evidências que sustentam nossas hipóteses de que aquela transformação é possível.
A terceira premissa é a atuação em colaboração com as organizações do campo. Esse ponto tem a ver com protagonismo. A busca pelo protagonismo está impregnada na forma como o mercado pensa. Ela é movida pelo egocentrismo das marcas que querem desesperadamente dizer para o mundo que são legais. A grande maioria das marcas não é protagonista em nenhuma causa. Podem ser, no máximo, plataforma para amplificação. Protagonistas são aqueles e aquelas que lutam dia e noite por aquela causa. Lideranças locais que estão próximas às pessoas afetadas pelo problema, coletivos, grupos e organizações que existem para defender uma causa. Como podemos amplificar e potencializar o trabalho dos reais protagonistas dessa causa? Essa é a pergunta.
Escutar a voz dos mais afetados, buscar as evidências que sustentam a teoria de mudança e agir em colaboração com organizações do campo são três das muitas premissas de trabalho que temos aqui na Purpose.
Conta pra gente: na sua visão quais outras premissas as organizações precisam levar em consideração na hora de desenharem a sua atuação social?
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