Purpose Brasil lança mais dois projetos focados na Região Amazônica

agosto 9, 2021

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A Amazônia exerce um papel central em relação à agenda de clima e aos desafios que teremos diante da emergência climática e de seus desdobramentos econômicos e sociais. Pensando nisso, o Laboratório de Clima da Purpose Brasil, lançou mais dois projetos focados na região amazônica, Mães do Mangue and Aceleradora Iara .

Mães do Mangue

A campanha traz como protagonistas as mulheres que vivem e trabalham nos manguezais do litoral amazônico do Pará, estado brasileiro que se encontra na maior área contínua de manguezais do planeta.

Miraci Negrão de Lima, na Resex Mãe Grande do Curuça (foto: Matheus Almeida)
Miraci Negrão de Lima, na Resex Mãe Grande do Curuça (foto: Yana Kamizono)
Paula Cristiane Maciel, na Resex Soure (foto: Matheus Almeida)

“Mães do Mangue” tem como ponto de partida as histórias de vida de mulheres extrativistas e suas famílias, que têm no ecossistema um lugar de orgulho e pertencimento. De julho a setembro, lançaremos mini documentários, peças informativas e a publicação do e-book “Cozinha da Maré”.

A campanha reúne as experiências das guardiãs dos manguezais, propondo soluções sustentáveis ​​e ações de cuidado com os nossos manguezais. A campanha é desenvolvida pela Purpose, Rare, Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (Confrem) e Associações de Usuários de Reservas Extrativistas Costeiras e Marinhas (AUREMs).

Valdenice Maria da Silva, na Resex Caeté-Taperaçu (foto: Matheus Almeida)
Valdenice, da Reserva Extrativista Caeté-Taperaçu, em Bragança, segura um pequeno caranguejo (foto: Matheus Almeida)
Maria Edite Ribeiro da Silva e seu marido Miguel, na Resex Caeté-Taperaçu (foto: Matheus Almeida)

 

Aceleração Iara

A IARA é um programa de aceleração criado para fortalecer coletivos e organizações ativistas do Pará  que atuem com saneamento, mobilidade, fortalecimento da economia da floresta em pé e defesa do território, apoiando-os a tirar seus projetos do papel e mobilizar cidadãos paraenses por mudanças.

Em três meses de programa, o projeto irá apoiar até sete coletivos e organizações com R$35 mil, mentorias e oficinas para a construção de campanhas de impacto e mentorias e oficinas sobre desenvolvimento organizacional. 

O edital recebeu +100 inscrições de 17 cidades paraenses, sendo a maioria de Belém, Santarém e Barcarena, destas, 70% eram de coletivos.

Selecionamos sete coletivos finalistas:  

Jovens Tapajônicos

O coletivo Jovem Tapajônico é um grupo multiplicador de informações e formações que visa discutir problemáticas associadas a causas ambientais, apoia iniciativas juvenis, além de ser uma oportunidade de conhecer os territórios. O grupo trabalha com ferramentas que permitem a organização de cidadãos para trabalhar temas como meio ambiente, gênero e cultura dentro das comunidades.

Laboratório da Cidade

O Laboratório da Cidade (LdC) é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é repensar as cidades, suas dinâmicas e transformações, almejando cidades mais humanas, democráticas, resilientes e sustentáveis. É um Think & Do Tank, uma fábrica de ideias e práticas, que busca contribuir para uma nova forma de agir politicamente, adotando iniciativas que possam fortalecer o processo democrático através da participação da sociedade como estratégia de inovação na solução de problemas e definição de políticas públicas. A organização atua com intervenções urbanas, mobilização, conscientização, comunicação, advocacy e muita colaboração.

Tapajós de Fato

O Coletivo Tapajós de Fato tem como um de seus principais objetivos dar protagonismo a quem nasceu e mora no Baixo Amazonas/Tapajós. O grupo atualmente conta com correspondentes voluntários em seis cidades para que contem suas histórias e suas percepções sobre a região. Desde que foi formado, sempre pautou a construção de uma rede em que todos os segmentos, movimentos e populações pudessem ter suas vozes ecoadas, sem que tivessem necessariamente uma ponte ou uma figura de fora desta realidade. De modo que quem vive e conhece o cotidiano Amazônida possa externar todo esse anseio social. Há uma construção deste debate junto a outros coletivos e organizações, mas a construção colaborativa se dá principalmente por meio de um contato direto com comunicadores populares da base, dos territórios que precisam deste olhar melhorado e direcionado para construir no dia a dia a melhor estratégia para a defesa de seus territórios e de seu modo de viver.

Projeto Perpetuar

O Projeto Perpetuar é uma iniciativa coletiva de fortalecimento das identidades, ancestralidades e territorialidades quilombolas que tem como fundamento a construção de uma educação popular e de resistência, a luta pela educação quilombola e a promoção da saúde por meio da arte e cultura. O Projeto acredita no Território Livre e luta pelo Bem Viver. O Perpetuar é inspirado em Osvaldina Valadares, “Dona Perpétua”. Mulher quilombola, agricultora e contadora de histórias, ela foi uma grande Griô do Quilombo de Jacunday. É um grito de R-existência e aquilombamento. O grupo atua no Quilombo Oxalá de Jacunday, no Território Quilombola de Jambuaçu.

 

Observatório do Marajó

O Observatório do Marajó é um observatório cidadão que trabalha para fortalecer o espaço cívico dos 16 municípios da Ilha do Marajó, usando dados, referências de boas práticas e metodologias de mobilização para construir tecnologias sociais que as lideranças locais possam usar para produzirem compromissos concretos e políticas públicas mais ambiciosas e eficientes no combate às práticas locais que levam à crise socioambiental, à emergência climática e aos seus impactos na região. Sua teoria da mudança tem como ponto de partida a sabedoria coletiva, os dados e diferentes metodologias participativas para construir ferramentas que potencializem as estratégias das lideranças tradicionais do Marajó para que políticas mais justas sejam construídas. 

 

Coletivo Miri

O coletivo Miri é um coletivo de jovens da agrovila Itaqui, preocupados com o futuro e comprometidos com os recursos naturais do território. Iniciou suas atividades em 2018 a partir de apresentações de boi bumbá e outras danças folclóricas, que logo despertaram para a necessidade de travar lutas por outras pautas além da valorização e resgate da cultura local. O coletivo busca a transformação do território por meio da educação, arte, cultura e meio ambiente, propondo relações mais harmoniosas com as águas, as florestas, as produções e produtores de alimentos saudáveis e entre as pessoas como um todo. Seus integrantes se reúnem  para discutir, elaborar e executar ações concretas dentro da comunidade, entendendo-as como fundamentais no processo de construção de mudanças efetivas na vida da população da comunidade em busca de um desenvolvimento rural sustentável.

 

Coletivo de Carimbó Os Tamuatás do Tucunduba

O Grupo de Carimbó, além de apresentações culturais, desenvolve ações socioculturais e educativas na periferia de Belém, bairro da Terra Firme. O grupo traz em suas apresentações poéticas que ajudam a fazer reflexões sobre as problemáticas socioambientais pertinentes ao cotidiano das pessoas que se encontram em vulnerabilidade nas áreas de baixada, afetadas pela violência, falta de saneamento básico e de espaços de lazer. As ações que desenvolvemos, em grande parte, são realizadas por meio de parcerias com diversos coletivos que trabalham o direito à cultura, à educação, à moradia e ao saneamento básico.

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