Confiança, cultura e ação climática: Verificado para o clima na COP29

Capacitar a narração de histórias sobre o clima por meio de mensageiros confiáveis

Equipe de Propósito

Confiança, cultura e ação climática: Verificado para o clima na COP29

No Pavilhão SDG da Zona Azul da COP29em Baku, a Purpose e o Departamento de Comunicações Globais das Nações Unidas (UNDGC) organizaram uma discussão oportuna sobre “Os Mensageiros Confiáveis da Narrativa Climática”. Apresentada por Isobel Bruce, chefe global de campanhas da Purpose, a sessão foi habilmente moderada por Katja Iversen, do Museu das Nações Unidas, UN Live, reunindo vozes de vários setores: Eileen O’Connor, vice-presidente sênior de comunicações, políticas e defesa da Fundação Rockefeller; Dra. Shanta Barley, cientista-chefe de clima da Fortescue e ex-jornalista científica da BBC; Gustavo Figueiroa, especialista brasileiro em políticas climáticas e organizador de base; e Hening Parlan, coordenador nacional da iniciativa GreenFaith da Indonésia.

Confiança, cultura e ação climática: Verificado para o clima na COP29

Começando com histórias

O painel enfatizou que a comunicação climática eficaz começa com a conexão humana. “Um mensageiro confiável é algo com o qual as pessoas podem realmente se relacionar”, surgiu como um insight fundamental, desafiando as abordagens tradicionais de mensagens sobre o clima. O especialista em política climática Gustavo Figueiroa compartilhou como os movimentos de base brasileiros são bem-sucedidos ao conectar a ação climática com as prioridades imediatas da comunidade: “Precisamos alcançar setores que não estamos alcançando, como agricultores e líderes do setor empresarial.” Seu trabalho demonstra que, quando a ação climática é enquadrada nas experiências e necessidades locais, ela repercute mais profundamente nas comunidades. “Quando colocamos a vida selvagem em primeiro plano, vemos que as pessoas reagem mais. Quando mostramos o sofrimento da vida selvagem, isso toca o coração das pessoas e é uma ferramenta poderosa de mobilização”, observou Figueiroa. Isso mostra como a conexão das pessoas com a natureza pode preencher a lacuna entre os desafios climáticos globais e a ação local.

O poder da cultura pop e das diversas vozes

Surgiu uma tensão fascinante entre o conhecimento científico sobre o clima e a influência cultural. “Muitas pessoas não falam com um biólogo, mas ouvem um jogador de futebol popular”, observou o painel, destacando como as vozes confiáveis geralmente vêm de diversos ângulos e perspectivas. Hening Parlan, coordenador nacional da GreenFaith, compartilhou exemplos poderosos do movimento ambiental islâmico da Indonésia. “O fracasso do Islã – uma bênção para todos”, refletiu ela, explicando como eles traduzem as preocupações com o clima em estruturas religiosas. O sucesso de iniciativas como o programa “Mesquita Verde” demonstra como os líderes religiosos podem se tornar mensageiros eficazes do clima quando a administração ambiental está conectada aos valores espirituais. A Dra. Shanta Barley trouxe uma visão única de sua jornada do jornalismo científico à liderança corporativa. “Tivemos que encontrar uma questão sobre a qual ninguém estava falando e falar sobre ela de uma maneira diferente”, explicou ela, descrevendo seu foco na “umidade letal” e seus impactos. Essa abordagem mostra como as informações técnicas podem ser transformadas em narrativas convincentes que impulsionam a ação.

Atendendo ao público onde ele está

A discussão abordou o desafio de alcançar comunidades que enfrentam pressões econômicas. “O clima se tornou politizado nos EUA”, observou Eileen O’Connor. “Recentemente, vimos que os eleitores votaram na economia. Precisamos falar sobre a economia da transição, tanto para empregos quanto para o custo da energia.” Os líderes empresariais surgiram como mensageiros potencialmente poderosos. “A menos que você tenha o CEO ou o conselho pedindo mudanças”, observou um dos participantes do painel, discutindo como a liderança corporativa pode impulsionar a ação climática. O painel descreveu uma “mentalidade clubista nos altos escalões – se uma empresa está fazendo isso, outras a seguirão”, destacando os efeitos em cascata do envolvimento empresarial. Para o envolvimento da sociedade civil, o painel enfatizou a importância de conectar a ação climática a impactos tangíveis. “Precisamos nos ancorar na realidade em que estamos vivendo”, enfatizou Figueiroa. “Não é mais intocável, estamos sentindo os incêndios florestais, as tempestades. Se nada for feito, isso só vai piorar.”

Seguindo em frente juntos

Ao final da sessão, cada palestrante ofereceu orientações práticas para uma comunicação eficaz sobre o clima: “Todo mundo pode ser um mensageiro de confiança para sua comunidade – para amigos e familiares. Você pode falar sobre isso, todo lugar é um lugar para falar sobre mudanças climáticas e meio ambiente”, insistiu Gustavo Figueiroa. “Todo mundo é um mensageiro. Todo mundo é um ativista”, afirmou Hening Parlan. “Quando você estiver cansado de dizer isso, e eles estiverem ouvindo pela primeira vez, continue falando”, incentivou Eileen O’Connor. “Parem de ser muito legais uns com os outros. Precisamos estar bem e não nos sentirmos à vontade para criticar o mau comportamento”, desafiou a Dra. Shanta Barley. “Mensageiros confiáveis são vitais para nos ajudar a combater o doomismo por meio da comunicação e do diálogo. Podemos traduzir os dados em algo que possamos sentir, pensar e agir. Precisamos de um senso de “nós globais”, disse Katja Iversen. A conversa em Baku destacou que a comunicação eficaz sobre o clima não se trata de encontrar uma única mensagem ou mensageiro perfeito. Em vez disso, trata-se de capacitar diversas vozes para compartilhar histórias autênticas e localmente relevantes que inspirem ação. Ao encontrar as pessoas onde elas estão – seja por meio da cultura popular, das comunidades religiosas, das oportunidades econômicas ou das preocupações locais – podemos criar o amplo apoio necessário para uma ação climática significativa. Continuaremos a incorporar esses insights em nossa campanha, O Futuro Agradece a Você, que será lançada em seu segundo ano em 2025. Para saber mais sobre como fazer parceria com a Purpose ou para saber mais, acesse purpose.com/contact. Veja abaixo a íntegra do painel de discussão: